segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Aprendendo a amar




Aprendendo a amar

 “A felicidade é apenas um fragmento do amor.”
 Diz a lenda que o senhor, pós criar o homem e não tendo mais nada sólido para construir a mulher, tomou um punhado de ingredientes delicados e contraditórios, tais como timidez e ousadia, ciúme e ternura, paixão e ódio, paciência e ansiedade, alegria e tristeza e assim fez a mulher e a entregou ao homem como sua companheira.
 Após uma semana, o homem voltou e disse:
 “Senhor, a criatura que você me deu faz a minha vida infeliz. Ela fala Sem cessar e me atormenta de tal maneira que nem tenho tempo para descansar. Ela insiste em que lhe dê atenção o dia inteiro, e, assim, desperdiço minhas horas. Ela chora por qualquer motivo. Facilmente fica emburrada e fica, às vezes, muito ansiosa. Vim devolvê-la por que não posso viver com ela”.
 Depois de uma semana o homem voltou ao criador e disse:
 “Senhor a minha vida é tão vazia desde que eu trouxe aquela criatura de volta! Eu sempre penso nela, em como ela dançava e cantava como era graciosa, como me olhava, como conversava comigo e como se achegava a mim. Ela era agradável de ver e de se acariciar. Eu gostava de ouvi-la rir. Por favor, devolva-me ela”.
 Está bem, disse o criador. E a devolveu. Mas três dias depois, o homem voltou e disse:
“Senhor, eu não consigo explicar, mas depois de toda esta minha experiência com esta criatura, cheguei a conclusão de que ela causa mas problemas do que prazer. Peço-lhe tomá-la de novo! Não consigo viver com ela!”
 O criador respondeu:
 “Mas também não pode viver sem ela”. E virou de costas para o homem e continuou o seu trabalho.
 O homem desesperado disse:
 “Como é que eu vou fazer? Não consigo viver com ela e não consigo viver sem ela”.
 E o criador lhe disse:
 “Achei que, com as tentativas, você já tivesse descoberto. Amor é o sentimento a ser aprendido. É tensão e satisfação. E desejo e honestidade. É alegria e dor. Um não existe sem o outro. Isto é o que deve ser aprendido. O sofrimento também permanece ao amor. Este é o grande mistério do amor. A sua própria beleza é o seu próprio fardo”.
 E todo o esforço que se realiza para o aprendizado do amor é preciso considerar sempre a doação e o sacrifício ao lado da satisfação e da alegria.
 Teremos sempre que abdicar alguma coisa para possuir ou ganhar outra coisa. Teremos que desembolsar algo para obter um bem maior e melhor para sua felicidade.
 É como plantar uma árvore frente a uma janela. Ganhar sombra, mas perde uma parte da paisagem. Trocar o silêncio pelo gorjeio da passarada ao amanhecer.
 É preciso considerar tudo isto quando dispomos a enfrentar o aprendizado do amor.